Da minha primeira formação em Serviço Social na PUC-Campinas, fui trabalhar inicialmente no NAECA (Núcleo Assistencial Educacional de Crianças e Adolescentes). Logo na sequencia fui contratada pela C&A Modas e nessa empresa, entre outras funções, eu atendia funcionários com problemas psíquicos, relacionais, profissionais, familiares, entre outros. Também acompanhava as famílias em situação de doença grave, morte por causa natural ou suicídio.
Para entender esses temas busquei curso de extensão em psicanálise, psicodrama e concluí uma pós-graduação lato sensu em Desenvolvimento do Potencial Humano na faculdade de Psicologia da PUCCampinas, área de Psicologia Clínica e Organizacional. Para que eu pudesse atender aos funcionários, com um roteiro de plantões pelas unidades, eles se organizavam de acordo com a minha agenda, pois era grande a demanda, quando eu chegava em cada unidade da C&A. As pessoas esperavam para contar um pouco de suas dificuldades de relacionamento pessoal, pressão no trabalho, problemas econômicos e sociais.
Com o passar dos anos comecei a desenvolver trabalhos com grupos e implantei na C&A Modas o programa “Portas Abertas” que visava incluir pessoas com deficiência nas áreas de trabalho. Estudei e passei a observar com cuidado para entender as pessoas com deficiência e suas necessidades especiais, dessa maneira pude orientar os gerentes (que iriam ser líderes dessas pessoas) como realizar a escuta empática. Não deixamos por menos o diálogo com os funcionários que receberiam essas pessoas especiais que tinham formas diferentes de se relacionar e de produzir.
Logo em seguida fui para a Argentina implantar o programa “Calidad de vida en Argentina” e trabalhei com assuntos como: doenças sexualmente transmissíveis, aborto, bulimia, formando grupos de trabalho e realizando vivências para trazer à tona assuntos que comprometiam a saúde de pessoas no ambiente corporativo. Após esse trabalho fui convidada a trabalhar no Instituto C&A, como coordenadora de projetos sociais.
Fiz mestrado na área de Psicologia Social na PUC-São Paulo. Passei um tempo atendendo grupos de pessoas com estresse no trabalho e síndrome de burnout. E também completei a graduação em Psicologia.
Na área de psicologia uma das principais experiências foi o Coletivo Saci, que envolve usuários do serviço de saúde mental, que sofrem forte estigma social por terem passado por internações psiquiátricas ou por terem passado por situações de surto. A loucura e suas manifestações são sempre relacionadas à improdutividade, o que não é real. O discurso da sociedade é que o louco é agressivo e esquisito em seus comportamentos. O que existe na minha linha de trabalho é compreensão e valorização das qualidades que as pessoas com sofrimento psíquico mais agudo possuem. Nessa atuação adquiri uma grande experiência na saúde mental atendendo, inclusive na clínica, pessoas que passaram por situação de internação, por depressão profunda e tentativas de suicídio. Outras experiências foram com alunos universitários em situação de extrema angústia com vários sintomas.
Simultaneamente a esses trabalhos estou em sala de aula há 15 anos. Já fui professora da PUC-SP (Cogeae) e atualmente dou aula na FAPSS. As minhas principais disciplinas foram: Psicologia Clínica, Comportamento Organizacional, Desenvolvimento de Pessoas, Fundamentos da Psicologia, Desenvolvimento Pessoal e Profissional, Coaching e Mentoring, Ética, Sociedade e Cidadania, Jogos e Dinâmica de Grupo.
Com o público de idosos, fui professora da Universidade da Terceira Idade. Também realizei atendimentos individuais para trabalhar a autoestima e pensar as habilidades sociais nessa faixa etária, recuperando a vida social autônoma.
Atualmente me dedico à clínica e escolhi a FAPSS para dar continuidade a minha carreira de professora. Na clínica atendo crianças, adolescentes e adultos em condição de sofrimento psíquico. Psicóloga e paciente procuramos, em dupla, trazer à tona as cenas duras da vida, nomear os conflitos, descer ao mais profundo de si mesmo. Assim o paciente elabora (corrige a imagem depreciativa de si mesmo), aprende a enfrentar a dor e escolhe novas e boas coisas para viver. Na análise, o paciente traz à consciência o sofrimento que seu emocional não consegue esquecer, assim tem a chance de “lembrar para poder esquecer”.